The world's precious toilet
23 abril, 2013
Não sou ninguém
O tempo vai passando e vou-me tornando cada vez mais fraca. Não sei o que se passa, não sei o porquê desta lágrima estúpida! Não entendo como posso achar tão ridículo ficar assim por tal motivo, mas fico na mesma. Que raio de pessoa chora tanto por tão pouco. Já não sou eu, sinto-me dependente de alguém e só esse alguém me faz verdadeiramente feliz. Quero aprender a ser feliz com os outros mas é tão difícil quando todos se foram embora e só ficou um e esse um é especial. Esse um consegue-me atingir sem saber, esse um, por ser o único arrasa-me por não estar lá sempre. Esse um destrói-me porque é o único que resta e nele ficou tudo acumulado. Ninguém recebe nada a não ser ele, mas esse único não é só meu. Esse tem vida e tem outros, esse consegue dividir por vários o que eu deposito inteiramente nele, por isso esse não sabe que não há nada nem ninguém que o substitua. Esse não sabe que quando ele não pode, eu não quero mais nenhum. Esse não sabe que por muitos que os outros pareçam ser para mim, não são nada ao seu lado e daqueles que um dia foram e ainda são mas só pesam para baixo porque também não estão aqui. E eu não consigo ser forte, não consigo passar desta inutilidade incapaz de se gerir sozinha, incapaz de tomar uma decisão sem pensar nesse que restou. E se esse se for embora a prova estará feita de que eu não sou ninguém. E por não ser ninguém, ou partilho este texto com esse, ou ele não será nada.
09 abril, 2013
Violência por palavras, lixa por papel
A mim incomoda-me e muito o facto de alguns denominados indivíduos da espécie humana, que de humanos não tem nada, só tenham uma forma de expressão quando revoltados: a violência. "Pancadaria neles todos" é o lema, mas que lema tão estúpido e irracional. São alguns ursos? A linguagem serve para quê mesmo? Não é só para engatar, é para nos entendermos uns aos outros, incluindo quando estamos chateados. Aliás, as vossas guerras resultam de desentendimentos, e haverá melhor forma para nos entendermos do que algo que foi criado para isso mesmo? Quer dizer, se a linguagem foi criada para nos entendermos e vocês preferem a pancada, também comecem a limpar o rabinho com lixas! Pois a lógica é a mesma, por isso tu de olho negro e nariz inchado, agora que já estás em casa com gelo na testa, lembra-te de que quando fores cagar não te podes esquecer da tua lixa sim?
11 março, 2013
perdão
É possível dizer tudo o que sentimos sem magoar alguém? É possível podermos contar ao mundo o que nos magoa sem que este simples gesto já magoe alguém? Mas há dor em todo o lado? Tem sempre que haver alguém que sai magoado seja do que for? E porque é que quanto mais nos aproximamos de alguém, mais essa pessoa nos magoa? Porque não nos mentalizamos de vez que ninguém é perfeito, que todos erram e todos magoam alguém mesmo sem querer? Porque não admitimos de uma vez que nem sempre somos magoados de propósito? Muitas vezes a pessoa que o fez nem se apercebeu. E para quê tantas expectativas em relação a toda a gente? Sem expectativas não haveriam desilusões e por isso menos vezes estávamos magoados mas quando não temos expectativas em alguém e estamos sempre à espera que essa pessoa erre e nos magoe não seria não confiar nessa mesma pessoa? Não sei se se trata de uma questão de confiança mas por exemplo: alguém combina um encontro contigo e tu para não te desiludires já te mentalizas que esse alguém pode não aparecer. Neste caso não estás a depositar confiança nenhuma nessa pessoa. E até pode não aparecer nem avisar e ser de confiança. Nunca saberemos o que vai no pensamento do outro nem totalmente o que acontece na sua vida, por isso, a palavra "perdão" existe.
31 janeiro, 2013
Eu ajudava
Sou feliz no meu eu e nele sobrevivo,
transparente no que sou no que faço e no que digo,
incerteza indiscreta
fascinada pela descoberta
sou o vazio que faltou preencher
e quem fica a perder
mas é assim que sobrevivo.
Sou a paz desconhecida,
a felicidade desaparecida
a luz recolhida
mas ninguém me procura
porque já não importa a espessura
apenas a existência
e por mais fino que seja
se existe, já é experiencia.
um história pequenina
de uma pedra no caminho´
é um barco navegando
num difícil remoinho.
dificuldades trocadas
dores exageradas
hipérboles recheadas
das piores enxurradas.
Deixem-se assim
deixem-se ficar
só a mim
não me venham criticar.
seria o vosso pano se vos faltasse vela
mas se preferem ser tristes
abandonem a caravela.
seria o vosso isqueiro se vos faltasse lume
mas se preferem ser miseráveis
contentem-se com o estrume.
transparente no que sou no que faço e no que digo,
incerteza indiscreta
fascinada pela descoberta
sou o vazio que faltou preencher
e quem fica a perder
mas é assim que sobrevivo.
Sou a paz desconhecida,
a felicidade desaparecida
a luz recolhida
mas ninguém me procura
porque já não importa a espessura
apenas a existência
e por mais fino que seja
se existe, já é experiencia.
um história pequenina
de uma pedra no caminho´
é um barco navegando
num difícil remoinho.
dificuldades trocadas
dores exageradas
hipérboles recheadas
das piores enxurradas.
Deixem-se assim
deixem-se ficar
só a mim
não me venham criticar.
seria o vosso pano se vos faltasse vela
mas se preferem ser tristes
abandonem a caravela.
seria o vosso isqueiro se vos faltasse lume
mas se preferem ser miseráveis
contentem-se com o estrume.
DeltaEspírito
O pior estado em que o ser humano se pode encontrar é dar por si aflito de tão forte o aperto no peito e tão pesadas as lágrimas mas tão grande a dúvida. É inexplicável o estado porque a razão para este é desconhecida, ou pelo menos não está clara como devia. É estupidamente uma tristeza que nem sabe se é por desilusão, por carência ou por outro qualquer motivo que o leve tão rápida e desesperadamente à depressão. É encontrar-se à espera de algo que não é merecido nem desejado mas que saberia bem, visto o estado em que se encontra. A todo este ambiente triste é retirada a razão e ao fim de uns segundos apenas perde-e o controle por completo de si próprio. Não saber o que se passa, saber apenas que quer chorar no ombro de outro ser humano sem que este lhe peça para explicar o que se passa mas mesmo assim perceba tudo, como se um outro alguém conseguísse perceber o que nem o próprio percebe sobre si mesmo. É talvez pelo auge de felicidade momentânea que a vida lhe proporciona. Quando esta lhe é retirada, por muito bom que seja o momento, nunca será bom o suficiente. Quanto mais se experimenta a felicidade, mais se sente a tristeza, porque quanto maior a variação, mais distanciados estão os extremos. O problema está na dúvida que vem com a extremidade negativa. O não saber o que o faz sentir tão miserável torna-o ainda mais estapafúrdio do que o que já se sente. O estar neste estado constantemente e a rapidez com que muda de humor, quase sem se aperceber, incomoda-o. Mas que ser estúpido e irracional é este que consegue estar no apogeu da felicidade sem ter motivos para isso e numa questão de instantes não consegue sair do buraco porque está coberto de tristeza cuja origem lhe é uma incógnita? Mas que forma de experienciar o mundo é esta? Mas que realidade é esta? Mas que normalidade?
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