23 abril, 2013

Não sou ninguém

O tempo vai passando e vou-me tornando cada vez mais fraca. Não sei o que se passa, não sei o porquê desta lágrima estúpida! Não entendo como posso achar tão ridículo ficar assim por tal motivo, mas fico na mesma. Que raio de pessoa chora tanto por tão pouco. Já não sou eu, sinto-me dependente de alguém e só esse alguém me faz verdadeiramente feliz. Quero aprender a ser feliz com os outros mas é tão difícil quando todos se foram embora e só ficou um e esse um é especial. Esse um consegue-me atingir sem saber, esse um, por ser o único arrasa-me por não estar lá sempre. Esse um destrói-me porque é o único que resta e nele ficou tudo acumulado. Ninguém recebe nada a não ser ele, mas esse único não é só meu. Esse tem vida e tem outros, esse consegue dividir por vários o que eu deposito inteiramente nele, por isso esse não sabe que não há nada nem ninguém que o substitua. Esse não sabe que quando ele não pode, eu não quero mais nenhum. Esse não sabe que por muitos que os outros pareçam ser para mim, não são nada ao seu lado e daqueles que um dia foram e ainda são mas só pesam para baixo porque também não estão aqui. E eu não consigo ser forte, não consigo passar desta inutilidade incapaz de se gerir sozinha, incapaz de tomar uma decisão sem pensar nesse que restou. E se esse se for embora a prova estará feita de que eu não sou ninguém. E por não ser ninguém, ou partilho este texto com esse, ou ele não será nada.

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