A mesa está posta. Quando chegares tudo estará pronto. Tenho medo que fique demasiado doce e melancólico por isso vou deitando cuidadosamente o açúcar para que não enjoes e queiras sair. Surge um problema: és alérgico a chocolate e não me disseste. Obrigada, é mais uma das coisas que deveria saber sobre ti e não sei. Obrigada por me deixares ser quem se preocupa mais em agradar e ficas com a difícil personagem de quem não quer saber. Começo a habituar-me a saber pouco de ti.
26 fevereiro, 2012
09 fevereiro, 2012
Estação de comboios.
És a perfeição apesar da vestigial qualidade no meio de tanto erro e engano. A inspiração de seres inferiores, bem como superiores. O mistério de todos e a curiosidade de nenhum. És a confusão e o irracionalismo. És a saudade e o arrependimento. Tu, estação miserável que enlouquece todos os que por ti passam e tentam perceber para além das portas. Tentam saber o que há dentro das aparentemente enormes salas fechadas sem sequer conhecerem as paredes visíveis mas como que invisíveis para eles, pois já deram em loucos e desistiram embora com uma enorme vontade de continuar. Mais uma vez, o interesse é imenso mas a curiosidade rara. Tu, estação miserável pela qual passei e me fascinei com tão belos murais e tão desleixados mosaicos. Já atingi a insanidade e já não há calor que me faça querer largar tão ofegante lugar. Tu, estação miserável, mais uma das muitas. São numerosos os comboios mas apenas uma linha. São bastantes os que por ti passam mas quase nenhuns os que param mas que com certeza enlouquecem e descarrilam. Após descarrilar, já não há como de lá sair. Os fantasmas daqueles que morrem na tragédia não tem permissão nem capacidade para abandonar tal local. Só é pena a visível degradação. A era dos enlouqueidos não durará muito mais.
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